Edi Rock fala sobre seu novo disco 'Contra Nóiz Ninguém Será'

Imagine você crescer ouvindo e admirando um grupo de rap desde quando eles surgiram.

Imaginou? Agora imagine, depois de mais de duas décadas, você ser convidado para conversar e ouvir em primeira mão o novo disco, de um dos integrantes desse grupo.

Pois foi isso que aconteceu quando fui acompanhado do Mandrake, Elaine Mafra, Márcio Salata, Da Lua e Marília Gessa até o estúdio da Bagua Records onde Edi Rock, integrante do grupo Racionais Mc’s, prepara seu segundo disco solo. Entrevistamos com exclusividade para a revista Rap Nacional e fizemos a audição de seu novo trabalho.

Como se tudo isso fosse pouco. Ainda assistimos o videoclip da música “That’s My Way” e conversamos com seu produtor o lendário DJ Cuca, que há 25 anos não concedia uma entrevista sobre Hip-Hop.

Logo chega Edi Rock no estúdio, tranquilo e atencioso cumprimenta um a um com aperto de mãos. Conversa pausadamente enquanto a gente se acomoda na sala de mixagens, que mais parece a cabine de uma aeronave ultra moderna.

Se define com uma palavra “respeito”, é grato ao afirmar que seu professor foi seu pai. Apresenta descrença com a política e admite, já pensou em parar de cantar rap. Ousado, desafia: “Vou mostrar que é possível ir na tv e não precisar fazer um papel ridículo”. Demonstra gana em utilizar o potencial da internet em seu novo trabalho e diz ter planos para escrever um livro mais adiante.

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O disco batizado com o nome “Contra Nóiz Ninguém Será”, tem como carro chefe a elogiada música “That’s My Way”.

Mas cuidado!

Alertamos: a música, com participação memorável de Seu Jorge, é altamente viciante.

A canção parece perseguir novos caminhos para o rap nacional: com título e refrão em inglês, videoclip gravado no Rio de Janeiro e matéria com o making-off exibido no programa Vídeo Show da TV Globo.

Mas não se iluda, esse não é o maior trunfo de quem não cansa de ser vanguarda. Edi Rock é modesto: “Todo mundo espera um som desses, vindo de mim.”

O que a equipe do Rap Nacional não esperava era ver tantas e tão variadas participações e estilos. Na música “Os Regueiros e os Vida loka” conta com Alexandre da banda Natirutz e o Falcão do grupo O Rappa. O que surpreende, ainda é, Edi Rock quando entra no meio de riffs de um reggae maneiro com rimas velozes de tirar o folego.

Flora Matos e Rael da rima, são dois dos talentos que encontramos antes de entrarem em estúdio e gravarem para o disco. Dexter, A Família, Ndee Naldinho, Lakers, Calado, Dom Pixote, Emicida, Helião, Quintento em Branco e Preto também participam do disco.

Sobre os Racionais Mc’s proibirem a gravação do show no festival Lollapalooza, Edi Rock lamenta: “O grupo são quatro, eu fui voto vencido.”

Quanto aos novos grupos e MC’s que tem surgido o músico se mostra antenado:  “Emicida, Projota, Rashid, Rapadura… eu ouço todos” e acrescenta: “Os moleques de hoje não estão falando besteiras”.

Diz que cada integrante do grupo deve preparar um trabalho solo, mas tranquiliza os fans: “As músicas para o Racionais já estão guardadas”.

Com você a voz forte da norte E.D.I. R.O.C.K., apresenta: “Contra Nóiz Ninguém Será”.

Para ler a entrevista completa de 15 páginas, compre a REVISTA RAP NACIONAL N°4.

Texto: Toni C | Fotos: Marcio Salata/Revista RAP NACIONAL

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