Kamau e Rashid preparam EP juntos

Rashid. Kamau. Seis sons. Celebrar a parceria de anos foi a tônica que os uniu no Red Bull Studio São Paulo para um EP com produções inéditas e especialmente compostas para este momento único em suas carreiras.

Referência e inspiração mútua, além de talento de sobra, Rashid e Kamau conversaram com a gente sobre o projeto. Confira:

CONTEM PRA GENTE SOBRE ESSA NOVIDADE, O EP QUE VOCÊS ESTÃO GRAVANDO AQUI NO RED BULL STUDIOS!

KAMAU: A gente tem essa ideia há um tempo já, mas algumas coisas do trabalho de cada um foram tomando tempo, a gente foi direcionando esforço pro nosso trabalho solo. E até alguns projetos em paralelo. Aí recentemente a gente retomou a ideia de um disco com 6 músicas que a gente queria fazer, trabalhar e registrar nesse momento bom. A nossa ligação tá mais forte e a gente tá traduzindo isso em música.

RASHID:  Cara, é um projeto paralelo que tem muito pra fazer barulho na cena do RAP, tá ligado? O Kamau é de uma geração diferente da minha e que me influenciou muito, ele tem um grande respeito e um público muito grande na cena.  Eu, chegando agora, influenciado por ele, surge uma mistura de geração. Graças a Deus, os caminhos me levaram a ser amigo dele, então além de fã hoje eu sou amigo e é muito legal conhecer seu ídolo, os bastidores do trabalho dele, como nascem as coisas. Sempre tive uma admiração muito grande por ele. Hoje eu tenho meu público e quando a gente faz música junto, seja nos meus trabalhos, nos trabalhos dele, ou em outros projetos, o resultado é muito bom, as pessoas curtem bastante, tá ligado?  Tem muito a ver a gente fazer isso agora. O projeto tava em stand by e agora nesse momento surgiu a oportunidade de fazer esse disco, juntar outros amigos, ter o prazer de trabalhar com gente talentosa e gerar essa energia da horanesse EP, nessas seis músicas. Esse prazer de trabalhar entre amigos traz essa energia boa pra música.

E COMO FOI ESSA SEMANA TRABALHANDO AQUI?

KAMAU:  A gente já tinha começado a gravar esse EP e logo do começo a ideia era vir pra cá. Aí surgiu esse espaço na agenda do Red Bull Studios e rolou concentrar aqui o trabalho todo. A gente já tava encaminhado, então não foi difícil de  terminar o trabalho em praticamente dois dias e meio. A gente teve outras ideias, ficando no mesmo ambiente, num ambiente onde a música está no ar, e tudo flui bem, até melhor do que a gente tinha pensado.

E QUEM VEIO?

RASHID: Nesse processo de gravação nós tivemos a Srta. Paola, tivemos o Dee e o (Filiph) Neo, cantor, multiinstrumentista, Diogo Pinheiro que gravou um sax numa música, Julio Mossil no baixo de outras três, vários amigos com muito talento, o Jota Ghetto que gravou um refrão, também tem o DJ DanDan (que deu uma ideia) na música “Quem Vem Lá” e os DJs Erick Jay e o Mr. Brown. Em cinco dias a gente conseguiu reunir gente boa pra caramba.

KAMAU:  E fora os que vieram em carne e osso, também teve quem mandou sua contribuição nas produções: o Casp, Diego 157 de Salvador , o Skeeter de SJC, Coyote de BH e DJ Luciano. Cada um é de um lugar, mas a gente acaba se encontrando na música.

RASHID: Teve também nosso parceiro Renato Venom que acabou entrando de Diretor Musical junto com a gente.

KAMAU: Ele já tava acompanhando o projeto, já sabia por onde a gente tava indo. Ele acabou sendo a ponte entre a nossa ideia como MCs, como músicos pra mesa de som, pra edição. Até porque o Venom é técnico de áudio, MC, instrumentista, DJ… dos melhores. E meu amigo já há pelo menos 20 anos.

E AS MÚSICAS? QUAIS SÃO? ELAS JÁ TEM NOMES?

KAMAU: Elas já tem nomes. Cada um trabalha de um jeito e a gente somou muito isso: o modo de criar de cada um e aprendeu com o processo do outro, somando. Eu sempre penso num tema e procuro uma música pra ele. E as vezes, com esse tema, eu acabo já tendo o nome pra essa música. O Rashid já escuta uma batida e pensa o que ela tá dizendo, qual tema a batida inspira. A gente procurou o meio termo disso mas geralmente a gente teve a batida primeiro, pra depois ter a ideia.

São seis músicas: “Quem Vem Lá” é a primeira que a gente pensou pro projeto. A gente achou uma batida boa pra caramba do Casp. Tem também a “Saúde” que foi a última a ser composta, a gente terminou na semana passada e a batida é do DJ Luciano que trabalha muito com MV Bill e Rappin’ Hood.

Tem uma chamada “ReK” (Rashid e Kamau), “Antes do Pôr do Sol” (batida do Casp também, que fecha o disco), “Ainda Tem” que é a batida do Coyote…

RASHID: E “Vão”…

KAMAU: E “Vão” que é uma batida do Diego 157 que eu tenho há cinco anos praticamente e que eu sabia que em algum momento ia querer usar. Ele ficou bem feliz em saber que a gente ia usar nesse EP… essa são as músicas!

KAMAU, VOCÊ TEM SUAS CARACTERÍSTICAS, SUAS REFERÊNCIAS. RASHID TAMBÉM. QUANDO VOCÊ JUNTA PESSOAS, COISAS MALUCAS PODEM ACONTECER. O QUE OS FÃS DE CADA UM PODE ESPERAR DESSE EP?

RASHID: Coisas malucas! Desde o começo foi um fundamento fazer coisas que as pessoas talvez não encontrem nem no meu trampo, nem no trampo do Kamau diretamente. A gente procurou ir por caminhos que cada um não tenha ido tanto. E no final das contas, nossa essência, nossas referências, nossas bagagens estão ali. A gente foi por uns caminhos diferentes, tem músicas que são quase uma conversação entre nós. Eu gostei muito e acho que isso vai surpreender de certa forma, tanto o meu público quanto o dele.
É legal porque o público do Kamau pode não conhecer ou não ouvir o meu trabalho e quando ouvir pode se identificar. A mesma coisa no meu caso, meu público vai ouvir o Kamau de outra forma. Essa troca é a parada mais importante, você estar apresentando a um público o trabalho do outro.

KAMAU: O que o público pode esperar também é essa troca de referência e de inspiração entre a gente. Essa soma é na verdade uma multiplicação. Como eu falo numa rima: “Quando a ideia soma, a sintonia se intensifica“, acho que a gente intensificou o que a gente já fazia pra colocar nesse projeto.

​Foto: Anna Mascarenhas

Fonte: Red Bull Studios

Avatar