Bonga marcou presença no Meeting of Styles em Quito, capital do Equador entre os dias 23 a 25 de novembro.  O evento, o qual iniciou sua trajetória em 1997 e já soma mais de 150 edições pelo mundo, também contou com a presença de outros escritores de graffiti de diferentes países.

Sobre Quito, Bonga faz suas observações: “É fácil perceber as desigualdades sócios raciais latentes na questão dos nativos (indígenas) que sofrem com o êxodo para a capital. Fica perceptível, quanto mais clara a melanina, mais muda o padrão de vida para melhor. Este fator foi o que mais me marcou em Quito.”

O graffiti vem crescendo e enriquece a cena de arte alternativa do Equador, o que significa que ainda há muito espaço para criar e riscar. Bonga explica que existem alguns estilos em particular carregados de referências indígenas na criação dos personagens, enquanto outros trabalhos se baseiam na cultura local. “É muito forte a influência do estilo e conceito europeu de fazer o graffiti, principalmente nas letras”, afirma.

E quanto à impressão que o evento deixa: “é incrível observar como a cultura urbana se espalha pelo mundo inteiro e como as pessoas criam suas técnicas e estilos mesmo com toda a dificuldade existente, seja em material ou técnica. Conheci vários guerreiros que faz muito para se expressarem nas ruas, seja com sprays difíceis de pintar ou com pincéis para dar base. Foi um grande aprendizado”, conclui.

Por Tamires Santana
Fotos Vespa