Para resgatar essência do hip-hop, Renan Inquérito dá oficinas em Fundação CASA
Rapper leva projeto ‘Parada Poética’ a unidades do interior de São Paulo e envolve jovens com música e poesia
Para romper barreiras e levar a poesia – seja falada ou cantada – a todos os lugares, o rapper Renan Inquérito visita unidades da Fundação CASA com o projeto Parada Poética, criado há dois anos no interior de São Paulo em parceria com o fotógrafo Marcio Salata e que mistura música, poemas e artes visuais em uma tentativa de aproximar o público da arte, transformando-o em protagonista da própria história. (veja mais fotos aqui)
Em fevereiro deste ano, o músico esteve na unidade de São José do Rio Preto (SP), onde pode conversar com os adolescentes, contar um pouco da trajetória musical e poética, que se fundem em uma só, mostrar o livro #PoucasPalavras, que surgiu justamente após oficinas em uma unidade no interior de São Paulo e cantar trechos de canções feitas ao longo de mais de 15 anos de carreira.
“Foi durante uma oficina na Fundação CASA que eu percebi que não existiam fronteiras entre meu rap e minha poesia. Não sei onde um termina e começa o outro. Na verdade, meu livro são meus raps no papel e meus raps são minhas poesias cantadas. Foi quando tive a ideia de transpor tudo isso para um livro de bolso, em formato compacto e fiz uma poesia dedicada aos adolescentes. Nada mais justo do que retornar e devolver esse sentimento de gratidão e compartilhar a arte”, diz o rapper, que lançou recentemente o álbum ‘Corpo e Alma’, eleito como um dos melhores de 2014 pela crítica especializada.
Para Renan Inquérito, é importante realizar este trabalho e dialogar com os jovens da Fundação CASA. Outras visitas estão previstas para 2015 e além da Fundação CASA o rapper vai visitar também escolas públicas no interior de São Paulo, também com o projeto Parada Poética.
“Acho fundamental trabalhar a base. Ao longo dos anos, o rap se distanciou um pouco desse trabalho, desse encontro com os jovens da Fundação CASA, com os estudantes, com os presidiários e acho que é essencial retomar isso, estabelecer essa conexão, ouvi-los, saber o que pensam e ter essa devolutiva”, comentou.
Outro projeto desenvolvido pelo rapper é o Pé de Poesia. Vinculado à Parada Poética, ele desenvolveu oficinas de criação literária e ao final, os jovens criam e editam, artesanalmente, seus próprios livros.